BAR: BLACK GOLD

A noite era perfeita para que a morena pudesse esquecer seus problemas com algumas boas doses de tequila, principalmente num bar tão familiar no qual ela precisou passar mais de quatro anos sem frequentar. A noite a acalmava, mas seus pensamentos a conturbavam ainda assim. 
Sentou-se e logo pediu uma dose. O gosto da tequila era extremamente saboroso se comparado as memorias que a perseguia. Quando menos percebeu, já estava em sua oitava dose.

A poeira que antes a fazia espirrar naquele lugar, agora se tornava parte de si; curiosamente ou não — para quem sabia o contexto daquele apelido — era chamada de ácaro, e isso sempre a deixava com uma veia saltada na testa. Mas de qualquer forma não era algo para diminuí-la... Era carinhoso. 
Quando chegou ao local, William — o bartender — pediu sua ajuda como de costume, com algumas caixas de bebida que vez ou outra lhe dava para distribuir aos membros de Nevermore, em contrapartida, revesavam sempre que podiam para deixar o local mais calmo, ou mais sociável, se assim fosse possível.

Magnólia saiu das partes externas do muquifo limpando as mãos na roupa, soltando um "Valeu, Will." ao passar por trás dele no balcão, tocando seu ombro. Um rosto muito familiar fora detectado pelos seus olhos curiosos enquanto analisava o local — aproximou-se, ladina, com um sorriso gracioso nos lábios rosados; repletos de perguntas para fazer, mas as deixaria para depois. 

— Desacompanhada, garotinha? — Sussurrou ao parar do lado da morena, que para seu divertimento, estava no mundo da lua. Se assustaria? Não sabia, mas esperava que sim. O quão feliz ela ficaria em vê-la?

A garota, ainda dispersa, mantinha seus olhos fechados enquanto apreciava a música que tomava conta do local,  balançando a cabeça conforme o ritmo. As doses já eram incontáveis naquele momento, e na mesma hora em que a morena abriu os olhos com o objetivo de pedir mais uma dose, se surpreendeu com uma voz familiar que ansiava ouvir por muito tempo.
-Crow! -Ivy sorriu e logo a puxou para um forte abraço. -Sabia que não sairia daqui sem te encontrar. 
Sentou-se novamente e levemente empurrou o copo que a acompanhava por toda a noite utilizando seu dedo indicador na direção da amiga. 
-Bom...Super desacompanhada, mas adoraria a sua companhia pra terminar essa garrafa aqui. 

A menina encerrou seu sorriso após a pergunta, era certo que questionariam sobre a sua volta, mas ainda não tinha criado coragem para admitir o que havia feito em sua cidade e o motivo de sua permanência por lá. Seu olhar agora havia mudado.
Em um leve suspiro, Ivy fitava a garrafa em sua frente por alguns segundos enquanto deslizava seus dedos pelo objeto, aquela pergunta era complexa demais para ser respondida após tantas doses da bebida.
-Tenho alguns assuntos a resolver por aqui, mas algo me diz que devo ficar de vez. -Ivy voltou seu olhar para Crow e abaixou levemente o tom da sua voz a fim de perguntar com delicadeza.-Eu soube da sua avó. Você está bem?

- Ouça-me, minha criança, atenda o meu chamado! - Uma voz ressoava na mente de Ivy alta e suave, que acalmava o coração da menina foi escutada. - Te dou o poder para realizar todos os seus desejos. Mas você deve antes encontrar a sua ligação com a história. O passado é a sua força para o futuro, encontre a ele um corpo e o traga com suas memórias. - Disse a voz a ela e um calor tomou conta do seu corpo. Desenhos se formaram na parte do corpo dela (tu escolhe onde estarão os selos de comando) três pétalas de cerejeira com uma linha cruzando todas elas. Os selos de comando apareciam. - Agora vá e me encontre um corpo!

Ivy mantinha seu olhar fixo em Crow para que pudesse ouvir a resposta da mesma, mas antes que pudesse sequer ouvir a voz dela, uma outra ecoou em seus ouvidos. Que voz seria aquela? E porquê a acalmava? 
Após a voz cessar, Ivy sabia que aquilo teria a ver com o Graal. Seus planos corriam como o planejado, afinal, o maior motivo da sua volta á cidade foi este. 
Swiller acompanhou o olhar de Crow, que naquele momento observava atentamente o selo de comando que agora pertencia ao seu corpo, e antes que pudesse formular qualquer frase, foi surpreendida pela reação da mulher á sua frente. Não disse nada, apenas permaneceu a olhar para ela. Seus pensamentos eram os mesmos. Ivy sabia que esse era o exato momento em que precisava contar toda a verdade e enfim receber a ajuda de Magnólia.

— Okay! Venha comigo sem chamar muita atenção e cubra o braço.— A garota estalou a língua ajudando a amiga a levantar e rapidamente saiu andando em direção a saída, mas num caminhar aparentemente calmo. Se aproximou do ouvido dela e cochichou baixo somente para que ela escutasse. — Ria como se eu tivesse te contado um segredo sujo. Vamos sair logo daqui. — Dito isso atravessou a porta onde uma moto estava acampada a frente.
Sentou-se no banco de couro e deu dois tapinhas na parte atrás de si para que ela se sentasse. Olhou uma última vez em volta e colocou seu capacete, dando outro à Ivy. — Eu preciso te mostrar algo que pode ser útil a você — Acelerou a moto indo diretamente para o clube Nevermore.

MDT: Nevermore

Os pensamentos de Ivy agora eram confusos, não saberia por onde começar e como começar, mas de uma coisa a garota tinha certeza: precisava começar, essa era sua grande chance.
Abaixou levemente a manga de sua blusa na tentativa de esconder a marca do selo e acompanhou Crow, também em um andar calmo enquanto ria e mexia em seu cabelo no intuito de seguir com o combinado da forma mais natural possível.
Do lado de fora do bar a menina logo avistou a moto da amiga, que combinava perfeitamente com o estilo da líder do local. O bom gosto de Magnólia não havia mudado.
-Incrível como você sempre chega na hora certa. -Deu uma leve risada e se sentou na parte de trás da moto, colocando o capacete logo em seguida. 
Sentiu o vento bater em seu cabelo no momento em que a mulher deu partida e um misto emoções tomava conta de seu corpo ao ver a cidade que tanto sentia falta. A notícia de que havia sido escolhida foi mais um motivo para que a garota se perdesse em seus pensamentos ainda observando a cidade atentamente. Ivy estava a um passo de seu objetivo.

MDT: Nevermore.

Aquele lugar era repleto de memorias póstumas para Tesa que trabalhou ali antes de sua irmã afortunada a encontrar e leva-la para um lugar melhor em vários sentidos, logo, ela não se sentia a vontade para entrar, aquele lugar a trazia más recordações, então ficou esperando ao lado de fora de braços cruzados como se fosse uma vigia.


-Boa sorte Kei, espero que tudo de certo, espero que não se importe que eu espere aqui. De banho tomado e livre de toda a sujeira da Oficina estando com suas clássicas roupas que faziam referencia dupla a seus pais dos quais nunca conheceu, a Cruz no peito e o Sol nas costas, Kei sorria para Tesa e oferecia seu punho fechado para ela. 


-Sem problemas, apenas se cuide, eu iria dizer para qualquer coisa gritar, mas acho que é mais fácil você fazer os outros gritarem, falow, daqui a pouco eu volto, ok? Tesa bateu seu punho fechado no de Kei que sorriu fino para ele. Ela ainda estava preocupada, até aquele momento nenhum homem havia sido apresentado para entrar pra Nevermore, então não tinha noção se aquilo seria ou não algo bom, o que restava então era simplesmente confiar que tudo daria certo, apesar dos apesares. 


-Ok, vai lá, caso tenha sucesso iremos sair pra beber com a Naty, isso é uma promessa, viu? Tereza ficava em silencio apenas observando aquela dupla conversar. Tesa abria sua mão e Kei a pegava num aperto firme para que firmassem de vez aquela promessa. 


-Ok! Quando eu voltar a bebida é por minha conta! Kei sorria largo para Tesa que o puxava pela mão e o dava um forte abraço causando um breve riso em Tereza, como sua irmã era tsundere. A loira deu breves tapas nas costas do rapaz. 


-Boa sorte Kei, volte mesmo, você prometeu... Agora vai! Anda, anda! Tesa então saiu empurrando Kei para dentro daquele bar o fazendo rir de forma breve levantando as mãos para sinalizar que estava desarmado. 


-Ok, ok! Já estou indo! Calma! Até daqui a pouco! Tesa parou de empurrar e voltou para seu canto. Kei agora frente a entrada olhava para Tereza que carregava consigo uma pequena caixa coberta por panos brancos que apesar de esconder o objeto não escondiam sua presença ligeiramente profana que era perceptível apenas para magis ou humanos bem mais sensíveis que o normal. 


-Vamos lá, não precisa falar nada, deixe tudo comigo. Kei respondeu Tereza com um acenar de cabeça e seguiu atrás dela para entrar naquele bar em busca da Mãe Corvo que ele se questionava mentalmente do porque estaria num lugar como aquele tão... Bom, mau encarado. 

Sua chegada não fora demorada, como sempre. Em sua moto ela era veloz; quando precisava ser. 
Adentrou ao bar com uma carranca costumeira, mas não de toda agressiva. William olhava-a com tranquilidade até então. Era uma piada? Por que usar a porra de um código sério se nada estava acontecendo de fato? Seu mau humor era evidente enquanto cravava os olhos no bartender que virava-se de costas, após indicar com a ponta do queixo descretamente duas faces desconhecidas, remexendo na prateleira de bebidas em seguida. 

Com um suspirar a albina encarou-os brevemente e se dirigiu ao balcão. Sem que pedisse, William deixou sobre a mesa um maço de cigarro e um isqueiro — conhecendo a albina, ele sabia que sempre em situações de estresse, fumar era obrigatório.

Tereza e Kei, provavelmente por sugestão ficaram ali esperando a mulher chegar mantendo a caixa embrulhada em lenços brancos acima do balcão. A loira não era lá muito social com os demais da Nevermore por não compactuar totalmente com sua postura e costumes, então apesar de ser conhecida, era quase como a "Ovelha Branca" daquela família que ao ver a mulher chegando, aquela que esperava, ficou em silencio a esperando se aproximar.

-Bem vinda, estávamos esperando. Kei ficava quieto para acabar não dando a ideia errada, tudo o que queria era não dar nenhuma má impressão naquele momento tão delicado a seu ver. Tereza apenas bebeu de sua taça após delicadamente arrastar a caixa coberta em cima do balcão para a mulher que havia chego. 


"-O contraste entre as duas é muito grande, parece que um anjo decidiu falar com o diabo em busca de decidir o destino de um homem... Espero que de tudo certo." Nervoso, Kei não bebida e nem fumava, tinha receio de que aquilo pudesse faze-lo se sentir confortável o suficiente e dar má impressão, então só ficou encarando a situação apreensivo, chegava a suar frio de forma bem discreta assistindo Tereza entregar a caixa dada por seu mestre, Christopher, para aquela mulher que chegou, ela que provavelmente perceberia ao retirar os panos pela energia contida naquele pequeno bau que ele era mais do que um simples presente, era uma Relíquia própria para a invocação de um Servo. 

— Há quanto tempo, Terê. — Apesar da aparência agressiva costumeira que Crow adotava — quando não queria se esconder —, o sorriso fino que esboçou para a outra era cheio de sinceridade. Não costumavam se encontrar com frequência já que ambas preferiam lidar com suas coisas separadamente, por isso imaginou que o assunto fosse, de certa forma, urgente.
Tragou o cigarro demoradamente antes de abrir o que lhe era mostrado e franziu o cenho, olhando-a. Ignorando totalmente a presença do moreno que estava com a conhecida; obviamente imaginou que Tereza tivera sido escolhida. Espalmou as mãos duas vezes. — Meus parabéns. — Mais uma escolhida dentre os membros, em apenas um dia? Magnólia, seu azar é gigantesco. Pensou, arrastando de volta a caixa para a outra. Apagou o cigarro no balcão, sentindo toda a sua esperança se esvair com a falta de sorte daquele dia; amaldiçou-o mentalmente.

— Quem é o garoto? — Agora Crow o encarava, mudando de assunto, enquanto apoiava a bochecha na mão ao apoiar o cotovelo sobre o balcão. — É seu? — Indagou com um sorriso sacana. Apesar da baixa frequência em que se encontravam, Magnólia estava sempre querendo saber sobre as aventuras de suas irmãs.

A irmã de Tereza, Tesa, seguia do lado de fora observando a situação de braços cruzados, não pode evitar de olhar ali para dentro mesmo que de forma "discreta" curiosa sobre o que estava havendo, chegou até mesmo a apertar os olhos para tentar ouvir melhor, sim, ouvir, uma tentativa inútil obviamente. 


"-Eu não consigo ouvir nada, o que será que estão conversando?! Droga!" Tesa permaneceu ali frustrada, não ousou entrar no bar e ao voltar a ficar totalmente do lado de fora ao ver aquela moto acabou dando um breve assobio, a Mamãe corvo tinha bom gosto. Lá dentro, Tereza sorria fino com aquele curto aplauso e arrastava o bau devolvido ainda mais para o lado tomando a atenção de Kei que olhou para o item posto em sua frente. 


-Obrigada, mas receio ter que avisar que infelizmente não fui eu a escolhida. Tereza voltou a beber mais um gole e quando acabou sacou de seu cigarro e isqueiro para acompanhar Magnolia naquele momento. Sentia-se nostálgica, chegou a cruzar as pernas e se virar para a albina.

-Faz tempo mesmo, mas devo sentir que apenas senti sua falta, desse tipo de momento e não desse lugar, de qualquer forma, sim, ele é meu, mas pode ser nosso, que tal? Kei não entendia bem o que era conversado ali já que nada era explicito o suficiente e por isso coçava a cabeça pegando seu pequeno bau de volta o colocando em seu colo. 

-Ela o escolheu e por isso eu o trouxe, sei de nossas leis, mas acredito que ter um Mestre, mesmo que homem ao nosso lado seja vantajoso para termos o Cálice, o que acha? Kei olhava para a caixa e depois para Tereza, quem era "Ela"? o que era um "Mestre"? e... Calice? Lembrou-se que Christopher havia falado algo sobre, mas não deu devida atenção, maldito seja. 

"-Será que quando ela diz "ela", está falando dessa caixa?" Kei voltou seu olhar para o "tesouro" que tinha consigo podendo sentir a energia dele ficar mais forte quando em sua posse. Ficou com ainda mais duvidas como o que diabos tinha ali dentro e se o que estava contido ali havia o escolhido mesmo para... O que exatamente? 

Sentiu o impacto de suas palavras quando a outra refutou. Se não era ela a escolhida, então... Ainda encarava o rapaz enquanto a mesma falava, agora com mais curiosidade. — Você não costuma dividir. Mas depende do quanto ele pode ser útil. — Vantajoso. A palavra ficou a rondar sua mente sem retirar os olhos do moreno que por sua vez não a encarava de volta. Esperou pacientemente por aquela atitude, uma demonstração de respeito para com a albina em sua presença, mas não o teve. Apesar de tudo, ainda que não confiasse naquele garoto, confiava na loira. 

— Meu voto de respeito e confiança é seu, Tereza. Assim como as consequências... Se caso houverem. — Era sua resposta positiva para a outra. Ignorou a falta de contato visual do moreno, mantendo o maço de cigarro e o isqueiro sobre o balcão. William saberia o que fazer com aquilo. Abriu um sorriso largo desta vez, brincando com uma mexa de cabelo do mais novo membro do clube. — Irá me acompanhar ou o deixará em minhas mãos, sis? 

Kei seguia distraído olhando para sua caixa, todavia, como algo natural de qualquer ser pode sentir o olhar pairando sobre si e por isso olhou de forma, mas, de forma tão natural ele também desviou o olhar, não sabia como se sentir ao ser encarado por aquela mulher.


-Esse caso é bastante especial... Bom, é um acordo justo, eu concordo com ele e bom, ela não morde. Tereza voltou seu olhar para Kei por cima do ombro e o acertou de leve com uma cotovelada no torso para chama-lo de volta a atenção.

-Não a ouviu? Ela perguntou quem é você, apresente-se. Kei se levantou todo desajeitado, estava constrangido o suficiente para não ter muito jeito para com a mulher e com a situação. Abaixou a cabeça e um pouco do corpo mantendo a pequena caixa em mãos. 


-Meu nome é Kei! Fukushima Kei! Prazer em conhece-la Mamãe Corvo! Tereza e Tesa encararam a situação de formas distintas. A mais velha escondeu o riso se virando frente o balcão e pedindo mais uma bebida enquanto a mais nova levava a mão ao rosto num digníssimo facepalm.


-Puta que pariu... Você tinha mesmo que abrir essa boca? Tesa estava ao lado de fora, então não era escutada. Após o pedido Tereza voltou seu olhar para a situação, estava num clima divertido. 


-Deixarei em suas mãos! Ele é um pouco idiota, mas bastante disciplinado e obediente, faça bom uso e cuide bem do nosso menino! Eu o treinei pessoalmente por um bom tempo, o vi crescer e proteger nossas meninas, garanto que será um ótimo aliado, digno de ser o primeiro homem entre nós, oficialmente. Tereza então brindou no ar, sozinha mesmo, já estava meio alterada pelo álcool e voltou a descer a bebida goela abaixo. Kei não entendia o porque daquelas reações, tinha dito algo errado? Deixou então o corpo reto encarando a situação um tanto quanto confuso. 

- Ouça-me, minha criança, atenda o meu chamado! - Uma voz ressoava na mente de Kei alta e suave, que acalmava o coração do jovem foi escutada. - Te dou o poder para realizar todos os seus desejos. Mas você deve antes encontrar a sua ligação com a história. O passado é a sua força para o futuro, encontre a ele um corpo e o traga com suas memórias. - Disse a voz a ele e um calor tomou conta do seu corpo. Desenhos se formaram no pescoço dele e brilhavam em um tom forte de roxo: Flamas deformadas. Os selos de comando apareciam. - Agora vá e me encontre um corpo!

... Tímido. Uma graça. 
Os dois pareciam próximos com toda aquela cena, arrancando um sorriso mais divertido de Magnólia. Porém não havia perguntado sobre seu nome ainda, mas tampouco questionou que o fizesse.
Naturalmente sua apresentação viria em seguida se não fosse o Mama Corvo. — Ken... — Errou de propósito. — Você acabou de tornar tudo mais difícil pra você e mais divertido pra mim. — Disse de forma ameaçadora. Mesmo furiosa pelo ultraje, respirou profundamente fechando ambas as mãos em punhos. Começar uma briga ali, naquele momento, lhe daria mais dor de cabeça, sem contar que enquanto seus olhos fuzilavam o garoto notava um desenho surgir em seu pescoço. — Sim, ele é idiota, mas farei bom proveito dessa boneca. Já está começando... Temos que ir.

Magnólia se despediu da loira com um beijo em sua bochecha, — rosnando para o garoto ao passar por ele — para seguir em direção á sua moto. Esperou ele lá, pronta para partir, dando olhadelas para a mulher que jazia ao lado de fora com certa impaciência em sua postura. Ou seria preocupação? De qualquer forma, daria o tempo para que Tereza e Kei se despedissem.

Ao ouvir seu nome ser pronunciado errado, Kei iria corrigir só que sentiu algo queimando seu pescoço então soltou uma de suas mãos da caixa e levou ao local o acertando com um tapa como se um mosquito tivesse picado ali. Olhou o palmo e percebeu que além de não ter sido inseto algum, o lugar seguia queimando por alguns instantes. 

"-Que voz é essa? Não parece ser de nenhum deles..." Ele ficava subitamente muito mais calmo, sua tensão ia passando e agora ele ficava encarando seu palmo com ainda mais duvidas... O que estava acontecendo? 


-Hm? Não entendeu absolutamente nada do que Magnolia quis dizer, mais dificil e divertido? A calma que havia recebido daquela voz o fez levar aquilo numa boa apesar de seguir sem entender. 


-Boneca, é? Bom divertimento! Tereza pegou a bebida que pediu do qual era basicamente uma lata de cerveja forte e a jogou para Kei que a pegou no ar e olhou o rotulo. 


-Vai lá, boa sorte, estaremos esperando você, não esqueça da promessa! Kei acenou positivamente com a cabeça, abriu a lata e seguiu a Mama Corvo pra fora dali cruzando seu caminho com Tesa que sentiu um certo calafrio com as encaradas de Magnolia. 


-O-oi?... Kei! Ei-ei! Se cuida! Carregando a lata de cerveja numa mão e a caixa debaixo do braço, Kei olhava para Tesa e se despedia de forma breve voltando a beber e pensando se deveria ou não subir naquela moto e por isso esperaria um sinal, por mais sutil que fosse para montar ali ou não e então irem adiante [Essa parte fora de contexto fica bem estranha].

— O que está esperando? Um tapa na bunda? Suba logo, garoto! — Bateu na parte atrás de si sobre a moto, estendendo o próprio capacete para que ele usasse ao subir. Tendo ele feito o que lhe fora pedido, partiriam para Nevermore.

MDT: NEVERMORE